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Uso de remédios a base do Canabidiol em discussão na Câmara de Vereadores

Publicado em: 22/11/2023 13:33

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Uso de remédios a base do Canabidiol em discussão na Câmara de Vereadores

Caíque discursou na Tribuna da Câmara, expondo benefícios com o uso do Canabidiol

Os vereadores de Piên voltaram a falar sobre autismo na sessão desta semana. O assunto veio à tona no plenário do Poder Legislativo, após o presidente da Câmara de Vereadores, Giomar da Rosa, o Juma, apresentou uma proposição solicitando que a Prefeitura desenvolva políticas para facilitar o acesso a medicamentos e produtos a base de Canabidiol, para tratamentos de diversas doenças, síndromes e transtornos de saúde, em conformidade com a Lei Estadual (Nº 21.364/2023 – Lei Pétala) que vem sendo regulamentada no Paraná.

Juma e o vereador Almir Pedro Mielke, são pais de crianças autistas. Por este motivo, a atual composição da Câmara de Vereadores, sempre dedicou atenção especial à causa, tanto é que nos últimos anos, muitos avanços foram conquistados. Para expor a importância da flexibilização da comercialização do Canabidiol, Juma abriu espaço para que o jovem Caíque Eduardo Rodrigues, que é autista e faz a complementação de seu tratamento com medicamentos a base do Canabidiol, expusesse aos parlamentares os benefícios em seu tratamento.

Antes disso, quem ocupou a Tribuna foi o pai de Caíque, Valdeni Bispo dos Santos, que relatou os “altos e baixos” que a família já passou por conta da doença. “Depois da pandemia tivemos o desprazer de um médico, em uma consulta por vídeo chamada, olhar para o menino e dizer que ele não tinha nada. Depois de 9 anos de tratamento voltamos quase a estaca zero. Ele pediu para tirar a medicação de Caíque e depois disso passamos um apuro terrível, principalmente na escola. O Caíque, assim como muitos autistas, não podem ficar sem medicação, ao menos que Deus faça um milagre, ele terão que tomar medicação”, disse.

Ao falar sobre a vida da família para integrar Caíque junto ao sociedade e fazer valer seus direitos, o pai de Caíque contou que o garoto, a aproximadamente 40 dias, começou a fazer o uso do Canabidiol. “O medico me disse, se o tratamento não fizer efeito em 30 dias eu devolvo o dinheiro para vocês”, contou. “Posso dizer que o Caíque mudou da água para o vinho. Ele está com os pensamentos mais centrados e desde que começou o tratamento não teve mais nenhuma crise. Hoje ele está até trabalhando na PKC, ele vem nos surpreendendo a cada dia”, contou o pai.

 

Discriminação e discriminação

Antes de falar sobre os benefícios que o Canabidiol vem proporcionando em sua vida, Caíque fez questão de relembrar e expor todas dificuldades que ele enfrenta em sua vida, desde o diagnostico, quando ainda era pequeno e residia em Foz do Iguaçu. O garoto deu uma aula sobre o que é ser especial. “Dependendo do autista, ocorre que certa parte do corpo fica afetada, no meu caso, minha audição é mais aguçada. Se eu ouvir um barulho muito alto, já tampo o ouvido na hora e paro de fazer o que estou fazendo”, disse.

Caíque comentou com os vereadores que o que mais lhe causava tristeza e indignação nas escolas era ser abandonado e deixado de lado pelos colegas. “Com 12 anos de idade tentei cometer suicídio por causa de uma depressão. Os medicamentos não estavam certos, sofria muito preconceito no colégio. Quando vim para Piên tive outras várias crises, e um dia, até chamaram a Polícia na escola que eu estudava aqui em Piên quando tive uma crise nervosa, por causa que tinha três moleques me ameaçando falando que iam me bater”, relembrou.

O garoto, que deu um show a parte em sua oratória no Púlpito da Câmara, falou mais sobre os benefícios que o medicamento vem oferecendo em sua vida. “Os autistas precisam tomar medicamento porque a ansiedade é muito forte e até mesmo a depressão. Não sou só eu que preciso, gente que sofre de depressão, ansiedade, esta medicação também ajuda a acalmar. Antes sofria de muita insônia, agora, o Canabidiol ajudou a melhorar bastante até meu sono. Esse remédio tem me ajudado bastante, estou mais ativo, tenho mais vontade de fazer as coisas e estou até sendo elogiado em meu serviço”, contou o garoto.